terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mama 05




Hello galera, o post de hoje como havia dito será sobre possíveis alterações funcionais que podem acontecer após a mastectomia.

Lembrando que casa indivíduo é um ser ÚNICO, cada um responde de uma forma.  O fato de você ter feito a cirurgia, não quer dizer desenvolva alguma alteração funcional. Mas para que possamos entender uma das fases da atuação da fisioterapia, temos que saber quais são as possíveis alterações.

Segundo os autores GOMIDE; MATHEUS; REIS, CAMPANI; FRASSON, BARAÚNA SCHRENK WARMUTH os comprometimentos MAIS FREQUENTES no pós operatório para retirada de câncer de mama  são:

·         Linfedema

·         Dor

·         Aderência cicatricial

·         Diminuição da força muscular

·         Parestesias

·      Redução da mobilidade do membro homolateral  à cirurgia

E outra complicação como:

·         Síndrome da rede axilar

Segundo Campani e Frasson a principal causa de ocorrer a dor é devido a lesão do nervo intercostobraquial.

Entretanto, outros fatores como trauma cirúrgico e espasmo muscular da região cervical e do ombro, devidos à proteção muscular reflexa, podem também contribuir para o aparecimento da dor (GOMIDE; MATHEUS; REIS), estando esta associada a pontos dolorosos e pontos-gatilho (CERQUEIRA; BARBOSA; BERGMANN)

Segundo Henscher a ocorrência de distúrbios da sensibilidade está relacionada à secção ou trauma do ramo sensitivo do nervo intercostobraquial.

  O comprometimento do movimento do ombro pode ter origem multifatorial:

·         Os músculos peitorais, no ato cirúrgico, podem ser estirados, retirados ou traumatizados, sofrendo contraturas induzidas pela dor.

·         A radioterapia pode, também, causar fibrose do tendão e da bainha muscular, com consequente tensões musculares e limitação da movimentação do braço (KIM, HENSCHER, GOMIDE; MATHEUS; REIS).

·         Pela fadiga e pela presença de linfedema.

A insuficiência linfática pode ser mecânica ou dinâmica. A mecânica pode ser causada por interrupção anatômica ou pela radioterapia, caracterizada por alto conteúdo protéico nos linfonodos, podendo ser desenvolvido em semanas, meses ou anos após o tratamento do câncer (BRENNAN).

A infecção no membro operado, estresse muscular por excesso de uso do membro, vasodilatação por exposição ao calor local ou sistêmico, trauma no membro, massagem vigorosa e imobilização pode ocasionar linfedema (COHEN e TUNKEL).



As cicatrizes podem apresentar problemas como aderência, infecção, deiscência, fibrose e hipertrofia. A aderência cicatricial é a complicação mais frequente, caracterizada pela fixação anormal de tecidos que deveriam deslizar entre si. (CAMARGO e MARX).

Síndrome da rede axilar pode aparecer entre a segunda e a terceira semana pós-operatória. É formada por uma rede de cordões palpáveis sob a pele axilar, podendo passar pelo espaço cubital e ocasionalmente chegando até o polegar (MORKOVITZ).



O posicionamento da paciente durante a retirada dos linfonodos axilares e a retração tecidual causada na cirurgia são as possíveis causas da formação de coágulos de fibrina nas veias superficiais e capilares linfáticos, que compõe esta rede.

LEIDENIUS relata maior incidência da síndrome rede axilar após a linfadenectomia quando comparada a biopsia do linfonodo sentinela. Podendo ter uma melhora espontânea em 3 meses.


Próximo post será sobre a atuação da fisioterapia no câncer de mama.


Fonte (retirado dos artigos):

Leidenius M, Leivonen M, Vironen J, von Smitten K. The consequences of long-time arm morbidity in node-negative breast cancer patients with sentinel node biopsy or axillary clearance. J Surg Oncol. 2005;92(1):23-31.
Morkovitz AH, Anderson BO, Yeung RS, Byrd DR, Lawton TJ, Moe RE. Axillary web syndrome after axillary dissection. Am J Surg. 2001;181(5):434-9.
Camargo, M. C.; Marx, A. G. Reabilitação Física no Câncer de Mama. São Paulo: Roca, 2000.
Morkovitz AH, Anderson BO, Yeung RS, Byrd DR, Lawton TJ, Moe RE. Axillary web syndrome after axillary dissection. Am J Surg. 2001;181(5):434-9
Cohen SR, Payne DK, Tunkel RS. Lymphedema strategies for management. Cancer   Supplement, August 15, 2001;92(4).
Brennan MJ, Weitz J. Lymphedema thirty years after radical mastectomy.
Am J Phys Med Rehabil 1992;71:12-4.

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